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A proximidade das eleições municipais, intensifica viagens e entrevistas de Lula pelo Brasil
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O presidente Lula pretende subir em palanques para anunciar investimentos e inaugurar obras ao lado de prefeitos e figuras políticas tentando conquistar mais prefeituras-chave do que a oposição.
- Por Camilla Ribeiro
- 30/06/2024 20h05 - Atualizado há 3 meses
Com a proximidade do início da campanha para eleições municipais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) segue com agenda intensa de viagens pelo Brasil e com entrevistas para rádios locais.
O presidente pretende subir em palanques, anunciar e investimentos e inaugurar obras, ao lado de prefeitos e outras figuras políticas, na tentativa de conquistar mais prefeituras-chave do que a oposição.
Nas últimas semanas, Lula já visitou o Rio de Janeiro, Fortaleza, Teresina, Recife, Belo Horizonte e Juiz de Fora.
A maratona pelo país continua semana que vem. A agenda do presidente prevê eventos públicos em São Paulo, Rio de Janeiro, Feira de Santana, Salvador, Recife, Goiânia e Distrito Federal (DF).
Em todos os lugares visitados, o presidente participa de cerimônias de inauguração de obras, unidades habitacionais e anúncios de investimentos.
O presidente também usará como estratégia a realização de entrevistas em rádios locais. Lula declarou em discursos que essa é uma prioridade na agenda.
Durante evento de inauguração de extensão do metrô e da construção de um Instituto Federal de Ensino, em São Paulo, o vice-presidente Geraldo Alckmin, ao lado de Lula, explicitou a estratégia.
"O Milton Nascimento dizia que o artista precisa estar onde o povo está. O governo precisa estar onde o povo está", afirmou o vice.
Leonardo Barreto, doutor em ciência política pela Universidade de Brasília (UnB), lembra que essa estratégia foi exitosa nos primeiros governos de Lula e da ex-presidente Dilma Rousseff, mas que hoje "é outro momento." E, mesmo Lula falando para rádios locais, pode ser difícil "furar os algoritmos das redes sociais."
"Com as redes sociais, todo mundo pode editar o material, ele pode estar dando muita munição e oportunidades para ser criticado É arriscado, a falta de controle que se tem sobre as narrativas criadas a partir da fala dele", afirmou.
No entanto, de acordo com o especialista, a estratégia pode trazer alguns ganhos a Lula.
"Ele pode ganhar mais proximidade, vai falar com pessoas diferentes. Ele ir até um veículo local, regional, tudo isso se torna um grande evento, desperta mobilização, agora, é uma estratégia que não tem a potência de outrora com as redes sociais."
Um outro ponto defendido por Lula é de criar alianças com partidos e lideranças em lugares onde o PT pode não ter candidato próprio.
O presidente tem dito que um de seus objetivos é barrar a extrema-direita. Para isso, o PT pode até abrir mão se sua tradição história de encabeçar as chapas nas eleições.
Alguns exemplos de cidades importantes onde o PT vai apoiar aliados são:
-Rio de Janeiro: Eduardo Paes (PSD)
-São Paulo: Guilherme Boulos (PSOL)
-Recife: João Campos (PSB)
O cientista político Barreto, acredita que o PT não irá recuperar o espaço municipal que já teve no passado. E que pode ser uma boa estratégia o partido estabelecer alianças com outras legendas.
"O PT já teve mais 700 prefeituras, hoje não tem 100, não é de uma eleição para outra que você regenera, você não consegue nem formar liderança suficiência para compensar. Faz sentido ele buscar aliados em outras legendas para compensar a fragilidade, ele sozinho não recupera a capilaridade para dar sustentabilidade para a eleição de 2026", avaliou.